sexta-feira, 13 de julho de 2007

REPORTAGEM FOLHA DIRIGIDA E SUAS IMPLICAÇÕES

Minha Gente

A materia em anexo a este TEXTO demonstra quão urgente e necessario é a organização de nosso movimento estudantil dentro da educação a distância como o engajamento de nossos mestres a politica docente dentros da universidades e outras instâncias.

O contexto da publicação da materia foi tendencioso, pois, se num primeiro momento faz uma correta avaliação da indiscriminada ação dos tubarões do ensino privado que de fato comercializam educação em alguns momentos de forma indiscrimada e sem qualidade, quando a materia avança percebe-se claramente a mudança de foco de analise da partipação da iniciativa privada na EAD para uma clara e veemente negativa da EAD como opção de formação e qualidade.

No corpo da materia em anexo estão faltando 5 declarações de estudantes que são membros do CAPF (Centro Acadêmico Paulo Freire da UERJ) e a motivação da materia é preparar terreno para o embate das eleiçoes para reitoria onde o grupo que eles apoiam desejam o esvaziamento dos cursos de graduação a distância na UERJ e até mesmo sua saída do CEDERJ.

Assim ficam algumas lições que devemos aprender:

1- Se não nos organizarmos como corpo para enfrentarmos o desafio da inclusão a vida acadêmica em sua plenitude vamos ser engolidos e muitos beneficios da condição de universitários não serão por nós experimentados;

2- Há um debate em andamento e não estamos partipando dele. Se tivemos a oportunidade de ir a UNE para propor uma agenda para o movimento estudantil pensar as questões da EAD devemos estar prontos para debate-la de fato. E não só dentro do movimento estudantil mas em outras esferas e espaços que pensam e formulam politicas que terão implicaçoes em nosso destino profissional;

3- É grave as infamias e mentiras colocadas na materia que atingem um grande numero de pessoas já que a Folha Dirigida é dos jornais de referência hoje em concursos publicos e outros. E são colocadas para detratar nossa condição de estudantes universitarios e graduandos. Falam assim porque ninguem de nos esta por perto para se fazer ouvir. Hoje foi a Folha Dirigida amanhã poderá ser uma Folha de São Paulo.

4- Materias como essa detratam nossa formação e criam dificuldades para nosso ingresso no mercado de trabalho e inserção em programas de I.C., Pós-graduação, estagios e congeneres.

Portanto como conclusão digo-vos que não podemos ficar em silencio. Precisamos nos fazer ouvir atraves de ações que deem publicidade a excelencia de nossa formação e buscar participar ativamente da politica estudantil dentro das universidades através dos CAs, DCEs e se tudo correr bem atraves dos DAPs e por final o CONCENTRE EAD-RJ (Conselho Central dos Estudantes da Educação a Distância do Rio de Janeiro)

Sem o CONCENTRE seremos uma vitima incolume dos dragões do movimento estudantil partidarizado ou ainda permaneceremos numa alienação de direitos que somente dá razões aos detratores de nos atacar. E passivos apenas observamos sem nada dizer ou fazer.

Reflitam todos sobre isso.

Abraços

Tertuliano

P.S.: Além de mobilizar os colegas e professores fui a Folha Dirigida contatar o editor da reportagem e dei uma entrevista ao Sr. Bruno Garcia que se comprometeu a fazer uma nova reportagem isenta que evidenciasse a excelencia de nossa formação e que desmentisse as teses mentirosas evidenciadas na reportagem.

Um dado interessante que ele mencionou foi que " Infelizmente somos as vezes pegos por essa pegadinhas pois pessoas como essas que acabam por assumir os DCEs, CAs, e entidades estudantis e de docentes e com cargos somos levados em primeiro lugar a falar com essas pessoas". Pensem nisso...












> Folha Dirigida, 03/07/2007 - Rio de Janeiro RJ
Um selo de qualidade para o Ensino a Distância
Alessandra Moura Bizoni
Banir os "camelôs do ensino" e assegurar a credibilidade dos cursos de educação a distância no estado do Rio de Janeiro. Essas são as principais tarefas que a associação dos mantenedores de instituições de ensino de educação a distância pretende implementar. A entidade, cujo nome, estrutura e perfil serão definidos ao longo desta semana, foi criada no último dia 27, no I Encontro de Ensino a Distância do Estado do Rio de Janeiro, realizado no Sebrae/RJ. O evento contou com a participação de 120 pessoas, representando 50 instituições de ensino das mais diversas regiões do estado. Para debater o assunto, as instituições convidaram os integrantes do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro (CEE/RJ), órgão responsável pela elaboração da legislação, e da Coordenadoria de Inspeção Escolar (Coie), que fiscaliza as instituições de ensino. Gastão Filho, do Instituto de Desenvolvimento de Miguel Pereira (Idemp), explicou que instituições legalizadas sofrem o ônus causado por denúncias de vendas de diplomas em cursos na modalidade de educação a distância. "Nós somos mantenedoras credenciadas e aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação. Fazemos o ensino a distância com seriedade e um 'camelô do ensino' chega a nossa horta e vende diplomas", acrescentou o educador, um dos organizadores do encontro. Na reunião, mantenedores de diversas regiões do estado elegeram uma comissão, que ficará responsável por estruturar a nova entidade, cujo perfil será definido ao longo desta semana. Escolhido presidente desta comissão, Delmo Morani, do Centro de Tecnologia Aplicada (CTA), explicou que o processo de discussões já foi deflagrado. "Vamos discutir se nos tornamos uma diretoria da Abed, ou da ABE, ou, então, se criamos nossa própria entidade independente. Os mantenedores estão se reunindo para tomar essa decisão", observou o representante do CTA. Nesse sentido, Delmo informou que o objetivo desta entidade, seja qual for o seu perfil, é criar um selo de qualidade e sugerir mecanismos de controle e auto-regulação para expurgar os maus parceiros do mercado. Todos esses objetivos e os planos de atuação da nova entidade estarão expressos em um documento oficial, que será divulgado tão logo a estrutura legal do novo órgão esteja definida. E será publicado pela FOLHA DIRIGIDA. "A proposta é criarmos um registro geral de alunos. Toda a entidade que desenvolvesse EAD estaria obrigada a se cadastrar nesse registro central, um grande CPF do ensino a distância, de forma que tivéssemos aí a possibilidade de contagem efetiva dos alunos nesse sistema. Assim, fica mais fácil controlar e organizar o segmento", destacou Delmo Morani, acrescentando que a EAD é uma ferramenta fantástica para elevar o nível de escolaridade do Brasil, um país continental. O I Encontro de Ensino a Distância do Estado do Rio de Janeiro foi organizado pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio) , pelo Sinepe Duque de Caxias, pelo Sinepe Sul-fluminense, pela Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação (Ipae), pela Associação Brasileira de Tecnologia Educacional (ABT), pela Associação Brasileira de Direito Educação, pelo Brasil Educação sem Fronteiras, pelo Instituto de Desenvolvimento de Miguel Pereira (Idemp) e pelo Centro de Tecnologia Aplicada (CTA).

Mudanças na Legislação

Presidente da Comissão de Educação a Distância (EAD) do Conselho Estadual de Educação do Rio de Janeiro (CEE/RJ), Arlindenor Pedro de Souza participou dos debates e anunciou mudanças na legislação para atender às demandas do setor. De acordo com o conselheiro, será preciso elaborar uma nova deliberação sobre o ensino a distância. "É necessário fazer uma nova deliberação. Devemos definir melhor a questão dos pólos, criando mecanismos para desburocratizar o processo de credenciamento. Também é muito interessante a proposta de criação de um cadastro geral para evitar alunos fantasmas. Vamos discutir todos os aspectos que surgiram aqui", explicou Arlindenor Pedro de Souza, salientando que, tão logo a entidade esteja constituída, se reunirá com a Comissão de EAD do CEE/RJ. Para o conselheiro Carlos Dias, que também integra a Comissão de EAD do CEE/RJ, as mudanças na legislação são necessárias para alavancar essa modalidade de ensino. "Existe a necessidade de consolidação das legislações e também dos procedimentos e metodologias que o CEE/RJ vai aplicar na concessão desses cursos. Existe uma demanda imensa por cursos de EAD. O tempo da educação no mundo de hoje tem que responder a agilidades e condições tecnológicas, às quais o nosso estado está querendo responder de maneira muito clara", completou Carlos Dias, observando que, no estado do Rio de Janeiro, há apenas 25 instituições credenciadas de EAD. Mercado para o magistério - Para o presidente da Associação Brasileira de Educação (ABE), João Pessoa de Albuquerque, já existe pessoal capacitado nas universidades para lidar com essa modalidade de ensino que, na avaliação do educador, pode suprir as demandas da educação brasileira. "Atualmente, pode não haver uma oferta em grande quantidade, mas não há menor dúvida de que nós ingressamos com vigor na prática da EAD. O grande mérito dela é chegar onde a escola presencial não chega. No Brasil, temos regiões tão longínquas que a EAD se torna um ovo de Colombo", explicou o educador. Nesse sentido, o presidente da ABE acredita que existe um mercado de trabalho em potencial para o magistério nos cursos de EAD. "As perspectivas de trabalho crescem com a EAD que, aos poucos, se liberta do preconceito que existia. Havia até uma expressão pejorativa 'estudar por correspondência' , desqualificando o aprendizado. Com a LDB, se institucionalizou a metodologia da EAD e, passados quase 11 anos, as instituições de ensino qualificadas absorveram essa metodologia como uma forma de aprendizagem, seja na educação básica, seja na educação superior", completou João Pessoa Albuquerque.

Acadêmicos pedem maior controle social da EAD

A educação a distância é uma modalidade de ensino que ainda recebe muitas críticas. Prova disso foi o debate realizado na última quinta-feira, dia 28, na Universidade do Rio de Janeiro (Uerj). Com o tema "Decifra-me ou te devoro: universidade nova e educação a distância", o encontro, promovido pelo Centro de Ciências Sociais, reuniu professores e estudantes, tanto da Uerj como de outras instituições. O professor Roberto Leher, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vê com pessimismo a educação a distância no Brasil. "As perspectivas são preocupantes. A lógica de ampliação da educação a distância no Brasil é de substituição da graduação", avaliou. Segundo ele, o crescimento desta modalidade de ensino nos últimos anos é o motivo para esta preocupação. "Hoje, temos um processo mercantil forte e acentuado na educação a distância brasileira. E um crescimento que não tem nenhum controle social. No início do governo do Fernando Henrique, 25 mil alunos entravam na educação a distância a cada ano. Hoje, são 170 mil, sem que haja nenhum controle social", lamentou Roberto Leher. Para ele, os cursos não são eficazes na formação dos alunos. "A fragilidade conceitual dos estudantes é gritante", afirmou. Roberto Leher acredita, porém, que os professores que elaboram os cursos são capacitados. O problema fica por conta dos tutores e monitores, que atendem os alunos. "Estes sim, têm uma formação frágil e não podem nem se autoqualificar, porque não vivenciam o espaço acadêmico nem o ambiente de pesquisa. Muitos são proibidos de ministrar aulas e só podem tirar dúvidas. Mas se os estudantes não conseguem ter o aprendizado, como vão ter a dúvida?", questionou Leher. Organizadora do evento "Decifra-me ou te devoro", a diretora do Centro de Ciências Sociais da Uerj, Silene Freire, defende que haja mais rigor e um melhor acompanhamento dos cursos a distância. Ela também acredita que o sistema adotado no Brasil possui problemas. "A educação a distância acaba com o movimento estudantil e o movimento docente. Além disso, traz economia para os cofres públicos, o que significa que compactuar com isso é aceitar a falta de investimento nas instituições públicas", criticou. A professora Elaine Rossetti Behring, também da Faculdade de Serviço Social da Uerj, tem a mesma opinião. Segundo ela, a educação a distância possui aspectos que prejudicam o aprendizado. "O primeiro problema é que o professor perde a possibilidade de, cotidianamente, trabalhar os conteúdos e trocar isso com o aluno. Há uma impessoalidade no ensino. Outro problema é a individualizaçã o, porque o aluno não está em uma sala de aula com outros estudantes. Isso restringe as opções pedagógicas", analisou a professora. Para Elaine Rossetti, a educação a distância é uma modalidade de ensino a ser utilizada apenas eventualmente. Ela aproveita para criticar os materiais utilizados em muitos cursos. "O que está acontecendo por aí é muito sério. São cursos com apostilas medíocres e o aluno perde o contato com a bibliografia, porque só tem acesso à síntese. Na verdade, é uma formação que não propicia a reflexão", lamentou. (Bruno Aires)